12 janeiro 2009


«A fragilidade das ciências ditas humanas deve-se talvez a isto: são ciências da imprevisão (…) o que imediatamente altera a ideia de ciência: a própria ciência do desejo, a psicanálise, não deixará de morrer um dia, ainda que muito se lhe deva, assim como Teologia ; e isto porque o desejo é mais forte do que a sua interpretação ».
in LIÇÃO de Roland Barthes, Lisboa, edições 70,1979, (página 28).


Para além deste ser um livrinho de cinquenta e três páginas, traduzido do original, Leçon , por Ana Mafalda Leite e comprado ( ingenuamente) em 1982, só agora em 2009 lhe encontro um “sítio” na minha mesinha de cabeceira. Viagens… às vezes chegamos tardiamente ao “lar”, mas chegamos com toda a poeira que pelos caminhos se foi transformando em uma segunda pele, emprestada, mas que devemos mostrar…
A proposta de construir um presépio com palavras é um desejo antigo que, só este ano, pudemos realizar com a ajuda de vários alunos e colegas. Foi bom!
Aparentemente muito simples…trata-se de um cuidado permanente pelos Três Reis do Oriente de Sophia de Mello Breyner Andresen, “exemplar” conto no sentido do livro em que se encontra Contos Exemplares, como exemplar foi (e é) a sua presença entre nós. A “geração das velozes, vertiginosas imagens” têm muito que ganhar com a aprendizagem da Imagem sagrada a que sempre se foi referindo a escritora.
Hoje, vinte anos passados, deixamo-vos com o desejo de uma
“ (…) alegria, a alegria una, sem falha, o vestido sem costura da alegria, a substância imortal da alegria.(…)” in Contos Exemplares Exemplares, Porto, ed. Figueirinhas, 1997
_ Dona Sophia, muito obrigada por nos ter ensinado o caminho desta estrela…

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