12 novembro 2008

José Miguel de Oliveira, professor de filosofia nesta escola, foi premiado em concurso nacional de Poesia



“Na IX edição do Concurso de Poesia Agostinho Gomes, Cristina Isabel de Sousa e Castro, natural do Bombarral, foi a vencedora, com o poema “Requiem por António”. O júri premiou ainda José Miguel de Oliveira natural de Vila Nova de Famalicão, com o poema “Queria de ti um país como aquele que viveu Cesariny” e José Manuel Batista, natural de Alvaiázere, com o poema “Prelúdio”.O prémio Revelação juvenil foi atribuído a Inês Pinto Seixas, de Braga, autora do poema “A ponte da guerra”.Os prémios foram entregues no dia 24 de Outubro numa cerimónia na Biblioteca Municipal Ferreira de Castro (Oliveira de Azeméis), que incluiu o espectáculo «Diz-se poesia» (stand up poetry) com Andreia Macedo”.
Na cerimónia da entrega do prémio José Miguel de Oliveira foi anunciado como sendo natural de Elvas, dado que se encontra a residir nesta cidade e a leccionar na nossa escola secundária.
Aqui deixamos o poema premiado:

"Eu queria de ti um país"
queria de ti um país
como aquele em que viveu Cesariny.

Não fui ainda capaz de te dizer,
sabes:
You are Welcome to Elsinore.

Para fazer de ti um país
atravessaria os muros habitados da fronteira
rasgava as cartas de marear culpadas de naufragar
e partia outra vez numa casca de noz rumo ao Oriente.

Eu queria de ti um país
E escutar silêncio na onda do teu sopro,
ao meu ouvido encantava apenas ouvir-te respirar,
para comprovares a verdade anatómica dos meus músculos
seria marinheiro sem saber nadar
morreria afogado na corrente dos teus olhos
pela luz que me deste a estes versos
com o músculo liso do coração aos tropeços.

Não fui capaz de te dizer que vi em ti o meu país,
Pequeno,
do tamanho do meu quarto.

Nos teus lábios os meus nasceriam certamente
como as flores que nascem em Maio
geograficamente inclinadas para a nascente.

Por isso vem visitar-me
outro dia, outra noite:
You are always welcome to Elsinore

Farei dos versos um país com casas, caminhos, pontes
e de ti uma caixa de ressonância para o meu canto do cisne,
Agora.
Porque a morte pode não me querer esperar e eu quero um país para morrer.

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